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A crônica do Corino - Ricky Vallen: voz e talento

Corino Rodrigues de Alvarenga - 30 de março de 2007 - 10:38

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Não tenho a mínima dúvida ao afirmar que Ricky Vallen, então um calouro de domingo do programa Raul Gil, pela Band, é a maior revelação – não como cantor, mas como intérprete na acepção da palavra – depois de Elis Regina, Ney Matogrosso e outros tantos monstros sagrados. E pode acreditar: Vallen é um monstro no bom sentido.
Ricky Vallen é um ator que dá à música que interpreta uma roupagem nova, um timbre próprio, uma melodia diferente, gestos só seus, uma capacidade de interagir muito pessoal e única, além da voz belíssima e capaz de ir fundo ao que o diafragma tem de melhor e mais forte a oferecer.
Quanto à afinação, seria até um pleonasmo vicioso dizer que é irretocável.
É verdade que Elis brincava com a voz bem ao estilo dos grandes mestres do Blues e do Jazz, mas Rick Vallen não é só voz com personalidade e performance; ele é mais, ele tem mais a oferecer: versatilidade, perspicácia ao variar a potência, ao mesclar ritmos numa mesma canção e ao usar o pincel de Monet para finalizar a sua obra.
Há excelentes calouros e já artistas vendendo milhares de cópias de CDs e DVDs lançados pelo programa de Raul Gil, mas Vallen vai além.
Ele pode parecer exagerado nos gestos, na face cheia de bocas e na performance de um ritual frenético, mas a beleza de sua voz, a afinação, a potência empregada na medida certa e o desempenho teatral dão à interpretação algo incomum e muito belo.
Tenho convicção ao dizer que Ricky Vallen será reconhecido como um grande artista já em pouco tempo - ainda que não venha a cair no gosto da maioria do povo brasileiro – e terá seu nome gravado no rol dos verdadeiros intérpretes da Música Popular Brasileira de todos os estilos.
Na música lírica, ele cairia como uma luva, o que, sem dúvida, poderá acontecer, afinal possui uma voz de soprano e potência em agudos capaz de quebrar cristais.
Resta saber se a exclusividade com que se apresenta em um canal de televisão manter-se-á por muito mais tempo, o que acredito ser pouco provável, afinal a mídia vive de vender produtos de qualidade duvidosa, mas, de quando em vez, surpreende com coisas boas e talentos raros como é Ricky Vallen.
Sem necessidade de falar e dar explicações, basta ao artista só um tipo de comunicação para interagir com o público: cantar, cantar, cantar...
E isso ele faz com exímia maestria, com notável talento e com uma voz que, se já não bastasse ser tão bela e única, ainda é empregada com zelo, entrega, paixão.
Graças a Ricky Vallen, o domingo, na TV, vai além de Faustão, Sílvio Santos e outras videocassetadas da vida. O domingo com este metal precioso virou domingo-domingo mesmo.

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]


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