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A crônica do Corino - Quedê o glorioso Operário?

Corino Rodrigues de Alvarenga - 05 de dezembro de 2006 - 07:34

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Quedê o glorioso Operário?

Eu já fui criança um dia. Por incrível que pareça, meu amigo, minha amiga, isso já aconteceu. Faz tempo, é verdade. Mas aconteceu. Depois, fui adolescente também. Já faz tempo. Aliás, faz um tempinho também. Não muito, mas faz.
Aos 13 anos, ganhei uma camisa do Corinthians. Foi um presente do meu cunhado Roberto Lasso, marido de minha irmã Marina. E digo, com convicção: foi amor à primeira vista. Virei corintiano. E fiquei mais corintiano ainda quando o timão, no ano de 1977, quebrou o enorme tabu que vinha desde 1954, o ano do IV Centenário, e deu aquela alegria à Fiel Torcida. E eu já era corintiano de carterinha. Com um ano de validade. Isto no ano de 1977. Virou mania, virou tatuagem, virou amor, virou paixão, virou sei lá o quê. A única coisa que sei é que sou corintiano.
Mas, além de corintiano, eu tinha grande apreço e simpatia pelo glorioso Operário Futebol Clube, de Campo Grande. Apesar daquele distintivo parecido com o do Santos, tudo bem. Eu tinha e tenho aquele apreço e aquela simpatia pelo glorioso Operário Futebol Clube, para mim o grande clube do futebol sul-matogrossense.
Mas, cá entre nós, quedê o Operário Futebol Clube, o glorioso clube do futebol sul-matogrossense.
Vamos a esta notícia publicada no site www.cassilandia.com.br. Depois eu volto. Revoltado, mas volto.

“Futebol de MS - Veja os campeões de todos os tempos
Segunda-feira, 04 de dezembro de 2006 07:05
Ricardo Pereira

Desde 79 até 2006, veja quem foi campeão e vice do futebol profissional de MS

1979 Operário F.C. • E.C. Comercial
1980 Operário F.C. • E.C. Comercial
1981 Operário F.C. • E.C. Comercial
1982 E.C. Comercial • Operário F.C.
1983 Operário F.C. • E.C. Comercial
1984 Corumbaense • Douradense
1985 E.C. Comercial • Corumbaense.
1986 Operário F.C. • Corumbaense
1987 E.C. Comercial • Operário F.C.
1988 Operário F.C. • Ubiratan E.C.
1989 Operário F.C. • Douradense
1990 Ubiratan E.C. • Naviraiense
1991 Operário F.C. • Naviraiense
1992 Nova Andradina • Operário F.C.
1993 E.C. Comercial • Operário F.C.
1994 E.C. Comercial • Ponta Poranense.
1995 S.E.R. Chapadão • Cassilandense.
1996 Operário F.C. • E.C. Comercial
1997 Operário F.C. • E.C. Comercial
1998 Ubiratan E.C. • S.E.R. Chapadão
1999 Ubiratan E.C. • E.C. Comercial
2000 E.C. Comercial • Ubiratan E.C.
2001 E.C. Comercial • C.A. Cassilandense.
2002 CENE • E.C. Comercial.
2003 S.E.R. Chapadão • CENE.
2004 CENE • S.E.R. Chapadão.
2005 CENE • Operário F.C. S/A.
2006 Coxim A.C. • S.E.R. Chapadão”

Eu estou longe de Cassilândia há 17 anos. Eu não sei bem o que é o Cene e a Serc. A única coisa que sei da Serc é que é um clube do Chapadão do Sul, município habitado por sulistas, principalmente gaúchos, tchê, que chegaram para plantar soja, nos anos 70. Só isso.
Cene eu não sei nem o que é que é. Parece sigla, deve ser. Não posso dizer, não conheço. Aparece na lista também o Coxim A. C. Para mim, Coxim era lá do Mato Grosso, o do Norte.
Aliás, você já parou para pensar numa coisa? Mato Grosso, o do Norte, é cheio de ousadia. Dois terços do Pantanal estão em Mato Grosso do Sul, mas na propaganda só aparece pantanal matogrossense. Só o Mato Grosso de lá leva vantagem. Eles só têm um terço. Mas, na propaganda, são os bons da boca. Vamos parar com isso, gente! Dois terços do Pantanal estão em Mato Grosso do Sul, segundo me garante um gráfico de grande credibilidade. Mato Grosso do Sul precisa dizer ao Brasil: visite o pantanal através do portal mais lindo do mundo, onde tem mais jacarés e tuiuiús do que lá. Onde está o amor-próprio do sul-matogrossense. Mas quem sou eu para falar em amor-próprio, não é verdade? Quem sou eu para dizer tais blasfêmias se eu fui um dos primeiros a abandonar o barco, não é mesmo?
E, voltando ao nosso glorioso Operário Futebol Clube, cadê a sua diretoria que não investe no futebol de base sul-matogrossense? Como um clube sediado na capital Morena mais linda do mundo pode perder feio como vem perdendo?
O Operário precisa voltar às suas origens: trocar os cartolas incompetentes por jogadores de futebol, digamos, operários. É isso: o Operário precisa de operários para começar a ser o grande Operário.
Aquele, por exemplo, do Brasileirão de 1977, quando esteve na semifinal ao lado de grandes clubes brasileiros, como São Paulo, Atlético Mineiro e Londrina.
Aquele, sim, foi o nosso glorioso Operário sul-matogrossense.
O Operário vencedor, e, portanto, bom demais da conta, sô!
Mas, como diria a minha avó Maria, eu “pregunto”:
- Quedê o nosso glorioso Operário, Mané?

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
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