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A crônica do Corino - Papai Noel existe?

Corino Rodrigues de Alvarenga - 15 de dezembro de 2006 - 06:03

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Papai Noel existe?

Interessante a notícia que chega da Inglaterra, mais precisamente de Sutton Coldfield, dando conta de que uma professora foi demitida porque disse aos alunos que Papai Noel não existe. Essa simples afirmação foi o suficiente para a sua demissão. Vamos à notícia.

“Demitida depois de contar que Papai Noel não existe

Terça-feira, 12 de Dezembro de 2006 07:46
24horasnews

Uma professora de uma escola inglesa foi demitida após contar a seus alunos, de nove e dez anos, que o Papai Noel não existe.
A mulher trabalhava na escola Boldmere Junior School, em Sutton Coldfield, na Inglaterra. "Todos vocês são suficientemente velhos para saber que não existe Papai Noel. Se perguntarem a seus pais, eles dirão", teria dito ela, segundo o jornal inglês Mirror.
"Nós ficamos realmente chateados, porque ainda acreditamos que ele existe", disse uma das crianças. Os pais ficaram furiosos com a atitude da professora. "Estou perturbada porque foi tirada parte da mágica no Natal. Um professor não deveria ter o direito de dizer essas coisas", disse Amanda Piovesana, mãe de uma das crianças.
"Ações foram tomadas e a professora, certamente, não está mais com a escola", afirmou a secretária da Boldmere Junior School.”

A imagem do Papai Noel, com sua vestimenta nas cores vermelha e branca, conforme tive a oportunidade de saber, foi criada pela Coca-Cola, em 1881, numa campanha publicitária que fez sucesso em todo o mundo.
Não é à-toa que o refrigerante, que pintou o Papai Noel de acordo com as suas cores-padrão, faz comerciais nos finais de ano usando a imagem do bom velhinho. Papai Noel é, mais do que símbolo do Natal, um garoto-propaganda do refrigerante estadunidense.
Não se pode condenar o uso comercial do Natal, afinal o comércio no mundo inteiro depende dos sazonais. Também não se pode condenar a professora inglesa que disse aos alunos da Boldmere Junior Scholl que Papai Noel não existe.
Eu costumo dizer que é preciso se respeitar os símbolos universais e os regionalistas. Eu posso não concordar com a tourada espanhola, mas, enquanto ser humano, tenho que defender também o direitos dos espanhóis de manter uma tradição praticamente milenar.
O que dizer da festa do peão de boiadeiro que já é tradicional em Cassilândia também? Muita gente não concorda com o fato de que os testículos dos animais sejam espremidos para deixa-los mais propícios para uma reação intempestiva e, portanto, pular muito mais do que em condições normais. Mas como ser contra uma festa que reúne milhares de pessoas anualmente, que tem apelo cultural e comercial, que faz parte da vida do homem do campo e da cidade?
Em algumas regiões do Oriente faz parte da tradição a luta de crianças com crianças, de crianças com animais, de animais com animais, em verdadeiro vale-tudo. É evidente que a nossa cultura ocidental condena esse tipo de prática que reúne milhares de pessoas em torno de uma arena.
A questão é que o ser humano é assim mesmo.
Que a imagem do Papai Noel não é tão santa e purificada, como supõe a sua figura, já se sabe. Que ele é um forte garoto-propaganda, também.
O que não se pode é querer que as pessoas mudem de opinião porque isso é ético e não aquilo, porque isso pode e aquilo não pode.
Não foi Shakespeare que escreveu certa vez que “há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia?” E ele sabia do que estava falando. Ou escrevendo.
É por isso que, nos debates, defendo a idéia de que não se pode tirar das crianças o direito à fantasia de que Papai Noel seja um símbolo dos presentes e da alegria.
Mas também defendo a idéia de que Papai Noel é apenas um símbolo, que as crianças precisam ter uma admiração maior pelos seus pais, que as crianças precisam ser conscientizadas de que nem sempre o Papai Noel tem dinheiro para comprar aquele sonhado presente, que as crianças sejam incentivadas, num diálogo aberto e claro, que o Papai Noel nem sempre poderá deixar de comprar o arroz, o feijão e a maisena para trazer aquela bicicleta ou aquele videogame.
De fantasia se vive. Mas também de verdade se vive. Entre a fantasia e a verdade, deve prevalecer sempre o bom-senso.
E, justamente por isso, nunca se deve esquecer que o símbolo maior do Natal é o Menino Jesus, cuja presença pode ser fortalecida a cada Pai Nosso em forma de oração e de entrega, a cada agradecimento ao Criador.
A meu ver, é isso: o Natal é a presença de Deus através do Menino Jesus.

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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