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A crônica do Corino - O radialista Edgard

Corino Rodrigues Alvarenga - 14 de setembro de 2006 - 08:28

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- O radialista

A Rádio Patriarca era um sonho de um grupo de profissionais liberais e empresários de Cassilândia, minha terra natal, cravada no Bolsão, em Mato Grosso do Sul.
Do sonho à realidade, foi um pulo. Um pulo que deu um trabalho dos diabos, mas um pulo. Não existe força sobre a terra capaz de destruir o que tem que acontecer. E aconteceu.
Para dar certo, foi contratado o radialista Edgard Batista Neves, que cuidou de tudo, inclusive da grade da emissora. E, além disso, o rapaz tem aquele vozeirão, empostação da voz, dicção limpa e muito talento para o ofício de falar bonito, bem e direito.
Edgard foi o meu professor em locução, afinal eu era iniciante no ofício.
Os diretores João Girotto, Manoel Afonso e Wanderleiy de Carvalho confiaram em mim, escalando-me, ao lado do consagrado radialista Edgar, para a presentar o Rotativa no Ar, o programa de notícias que começa às 11 horas da matina.
A Patriarca fazia rádio de verdade já em sua inauguração naquele mês de novembro de 1984. Todos os textos do Rotativa e dos correspondentes eram fruto de escuta da Rádio Bandeirantes, com redação e com cozinha, que é o texto refeito para se adequar à realidade local.
Mesmo com aquele professor e tanto, eu cometia gafes e mais gafes. Uma fez o diretor Manoel Afonso pegar o telefone e ligar para lá.
- Você está louco? Época é proparoxítona e não paroxítona. O acento é na letra E, Corino.
Houve outras ligações para corrigir as falhas nossas. Um dia teve uma notícia sobre o governo do Rio Grande do Sul e eu troquei as bolas: em vez de Piratiní – o palácio do governo gaúcho – tendo o ni como sílaba tônica, ficou Piratíni.
Está certo que até hoje eu cometo crimes bárbaros contra a Língua Portuguesa. Mas muitas daquelas gafes se devem ao nervosismo, afinal encarar um microfone não é coisa tão simples. Depois que acende a luz vermelha “no ar”, é um deus-nos-acuda.
Mas, tendo um professor como Edgard Batista Neves, as coisas ficam mais fáceis. Espero que Edgard ainda esteja no rádio deste País. O rádio com ele fica mais rico. Sem ele, fica apenas rádio. Não tem o brilho nem o glamour de uma performance que é só dele.

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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