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A crônica do Corino - O Procurador III

Corino Rodrigues de Alvarenga - 14 de novembro de 2006 - 06:22

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O Procurador III

O psicanalista Sigmund Freud já dizia que “só o conhecimento traz o poder”. A frase não é uma ilação nem uma utopia. É a pura verdade. Não poderia jamais discordar do amigo Freud. O conhecimento não leva você até o poder, mas o contrário.
Numa das conversas com o amigo procurador João Brasil, ele citou ser também admirador da vasta obra freudiana. Também, sim. Sou apreciador e já bebi muito desse vinho tinto forjado por Freud.
O conhecimento é tudo na vida. Os romanos, por exemplo, valorizavam muito a beleza física,enquanto os gregos sempre colocaram em primeiro plano a filosofia, e, mormente, a inteligência. Filosofia tem tudo a ver com conhecimento e com inteligência.
Não sou nenhum sábio, é verdade. Mas creio nisso.
Aprendi a ser pragmático quanto à busca incessante do conhecimento. É uma busca constante, mas você nunca poderá pensar que já sabe o suficiente. Ao contrário, o expert é o sujeito mais burro do mundo, porque acredita que é um expert, e, portanto, na sua vã idéia, já não teria mais o que aprender. Ledo engano.
Em conversas via e-mail com o amigo procurador João Brasil tenho percebido, de forma muito óbvia, o quanto preciso evoluir no campo da leitura, e, é claro, do conhecimento, cujo caminho é espinhoso, lento, recheado por flores e espinhos, percalços.
Como tenho lido raros livros de boa qualidade, seria uma desfaçatez, senão uma ignomínia, dizer o contrário. Para tornar-me uma besta, só estão me faltando os chifres, para que o amado leitor tenha uma idéia mais concreta da assertiva que ora faço.
Lembro-me, ainda, do convite que o amigo João Brasil me fez para empreendermos um debate acerca de boa leitura. Declinei, de imediato. E encaminhei a ele o meu desvio a este convite – que, para os sábios, seria por demais tentador. Não sou sábio; sou sabido e não ponho a mão em cumbuca. Estou mais vulnerável do que a defesa do Flamengo.
Estou tentado, confesso, a pôr dois amigos meus – que, sinal, não se conhecem ainda – para travar grandes debates intelectuais acerca de filosofia, hermenêutica do vernáculo, antropologia, Estado de Direito e outros temas comuns a ambos.
Um é o próprio João Brasil e o outro é o meu amado professor Ivan Fernando Gonçalves Pinheiro, nobre causídico cassilandense e professor universitário, que lutou por diversas vezes para tornar-me um intelectual também. Pobre, Ivan: perdeu o seu precioso tempo.
Fico a imaginar tal debate. Melhor, tais debates. Não poderia ter regras com tempo de fala determinado, mas,sim, todo o tempo do mundo. Para o saber, não deve ter tempo estabelecido.
Aliás, quem assistiu ao debate dos presidenciáveis pela TV talvez tenha tido a mesma sensação: como poderia o candidato a presidente da República brasileira ter apenas dois minutos para falar sobre temas tão complexos como educação e saúde? E, depois, réplica e tréplica têm tempos estabelecidos ainda inferiores. Pura balela.
O debate dos meus diletos amigos João Brasil e Ivan Fernando já começa a me aguçar a criatividade. Já tenho até o título para o embate: “A Guerra dos Cérebros”.
Não, não. Esta idéia foi péssima. Vou tentar encontrar outra melhor. Vou ficar por aqui, tentando, tentando.

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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