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A crônica do Corino - O exemplo do São Paulo

Corino Rodrigues de Alvarenga - 27 de novembro de 2006 - 08:08

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O exemplo do São Paulo

O São Paulo Futebol Clube, que recebeu a taça de campeão brasileiro ontem no Morumbi, dá goleada nos adversários quando o assunto é boa administração no futebol. E não estou dizendo isso só pelos três títulos mundiais interclubes e pelos quatro títulos do Brasileirão.
O São Paulo é diferente já em sua diretoria que respeita os estatutos do clube. E toda organização para funcionar precisa de respeito ao que diz o seu regimento interno. Tem que ser igual jogo-do-bicho: vale o que está escrito. E pronto. O São Paulo Futebol Clube é um dos raros clubes brasileiros que realizam eleições a cada dois anos para a escolha de seu presidente e demais diretores. E, historicamente, os presidentes são-paulinos têm respeitado o período de mandato – dois anos – e não têm se transformado em ditadores e/ou donos do clube, perpetuamente. Trocou, por exemplo, agora em 2006, o excelente gestor Marcelo Portugal Gouvêa por Juvenal Juvêncio, numa eleição tranqüila e democrática.
Como eu sou adepto ao Boca do Inferno, dou o exemplo bom e dou também o exemplo ruim. E dou nome aos bois, para piorar.
Eurico Miranda foi reeleito com fraudes claras, em que numa das quatro urnas foram depositados votos de sócios que não estavam em dia com suas obrigações junto ao clube, desrespeitando os estatutos, a eleição está subjudice, e, diante do rebuliço que houve tão logo houve após a apuração, até um apagão foi utilizado para “apagar o incêndio”.
No caso do Vasco, eu não tenho dúvida de que Roberto Dinamite seria muito melhor – até pela extensa folha de serviços prestados ao clube que sempre honrou dentro e fora de campo.
E o que dizer do que acontece no meu Corinthians? Pobre Corinthians, que sempre foi marcado por gestões ditatoriais, implantadas justamente por aqueles que juram amor ao clube. Imagino se odiassem o Corinthians.
Vicente Matheus foi o eterno presidente, e, na sua impossibilidade depois de tantas reeleições, lá veio Marlene Matheus, que mal sabe administrar a sua cozinha. Hoje, com Alberto Dualibi, o clube da Marginal Tietê foi até vendido para a multinacional trambiqueira que fez fugir capital não-declarado da Rússia, sob o comando de Roman Abramovich e sob as bênçãos do maluco indiano Kia Joorabchian. Maluco, claro, por dinheiro. E não maluco pelo clube.
E há outros exemplos. O que dizer a Portuguesa de Desportos, só a título de exemplo, que quase foi rebaixada para a terceirona do Brasileirão? O Palmeiras, então, mereceria um jornal inteiro só para enumerar as barbeiragens de sua diretoria.
Está aí o exemplo bom e cristalino do São Paulo: futebol, sem infra-estrutura, sem organização e sem investimentos no chamado futebol de base, não vai para lugar nenhum.
O Brasil possui o maior celeiro de craques do planeta, tanto é que até crianças brasileiras, meninos pequeninos de chuteiras, estão sendo seqüestradas e levadas para o Exterior.
O assunto é tão grave que o senador baiano Rodolfo Tourinho criou um projeto-de-lei proibindo esse tráfego de crianças que vão para a Europa para jogar futebol.
A ilustração do exemplo é mais do que evidente: temos aqui uma fábrica de craques a céu aberto, mas que só o São Paulo e raros clubes estão sabendo aproveitar com competência e organização.
Parabéns ao São Paulo por mais este título importante. E não pense que é fácil para mim, um corintiano roxo e apaixonado, dizer isso.
Mas temos que dar a mão à palmatória, Baianinho da Rodoviária, o mais corintiano dos corintianos de Cassilândia: o São Paulo, para variar, é o melhor.

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
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