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A crônica do Corino - As sogras

Corino Rodrigues de Alvarenga - 09 de novembro de 2006 - 09:14

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A crônica do Corino - As sogras
Domingo, 24 de Setembro de 2006 05:08
Corino Rodrigues Alvarenga

As sogras fazem parte do imaginário popular. Há piadas, estórias e histórias envolvendo sogras. Hoje quero fazer aqui uma justiça. Não vou falar mal das sogras nem inventar piadinhas sem-graça. Quero apenas falar sobre essas senhoras tão injustiçadas na era contemporânea em que vivemos.
As sogras nos dão as filhas que, belas ou bem torneadas na época do namoro, noivado e casamento – caso se respeite essas três fases, é evidente – e que, com o passar do tempo, deixam de ser belas ou bem torneadas e acabam virando o quê? Sogras.
É a lei do universo. Está escrito. É como o jogo-do-bicho: vale o que está escrito. E pronto. Quando as rugas chegam, meu amigo, não tem jeito. O diabo pega e vai derrubando tudo. Tudo cai: os seis vão parar na barriga e a barriga nos joelhos. É bíblico. Se não é, deveria ser. Esqueceram esse capítulo.
Então não adianta malhar as sogras. A sua filha, tão bonitinha hoje, vai virar sogra um dia. E vai ficar também ranheta, estridente, barulhenta, escandalosa e, sobretudo, ciumenta. Sogra só não tem ciúme do sogro. Tem, sim, ódio. Faz parte da idade.
Mas as sogras têm uma grande virtude: a de fazer como ninguém a lazanha do domingo.
Aí é que o bicho pega. Pega e come. E como come.
Eu sempre digo que sogra é um freio – o que ela quer, a maioria, digo, é mudar você.
Você já parou para pensar no que você faz, no que você pensa e no que você diz?
Se você fizer essa reflexão, talvez chegue à conclusão de que cada um tem a sogra que merece.
E vou mais além: você é possivelmente filho de uma sogra. E não se engane: a sua mãe não é obrigatoriamente boa como mãe e boa como sogra. Talvez ela desempenhe a primeira função com afinco e a outra, nem tanto. Ou talvez até ela seja boa como sogra e ruim como mãe. Tem a vice-versa, meu amigo.
E você, que é um genro ou é uma nora de carteirinha, já beijou a sua sogra hoje? Aposto que não. Quantas vezes você falou mal dela hoje? E quantas vezes falou bem da coitadinha?
Se você é homem, um dia será sogro – o equivalente exato. Se for mulher, uma dia será sogra. E terá genro ou genros ou nora ou noras para pegar no seu pé. A gente paga aqui mesmo. Deus lançou o primeiro crediário do universo e as prestações têm que ser pagas em dia. O rapaz lá de cima não gosta de calote. Nem de caloteiro.
Mas, voltando a essas pobres e injustiçadas sogras, eu só tenho a dizer o seguinte para pôr fim a essa prosopopéia toda:
- A tragédia de um casamento é quando o sujeito percebe que a verdadeira serpente não é a sogra.
E quase sempre isso ocorre. Por quê? Porque a maioria é injusta com as sogras. O problema, meu amigo, minha amigo, está na chamada incompatibilidade das relações interpessoais contínuas, como diria a Psicanálise.
Numa linguagem simples: conviver todo dia, com as mesmas pessoas, enche o saco. As crises, portanto, são normais. Absolutamente normais.
Assim, portanto, as sogras não podem levar a culpa por tudo. E, concluindo, repito a pergunta:
- Você já beijou a sua sogra hoje?
Faça isso, meu amigo, minha amiga: dê, nem que seja, um beijinho na testa. De leve. Nem pense em selinho. Selinho é coisa da Hebe, que também deve ser sogra. . Aí também já é demais...

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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