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Geral

A crônica do Corino - Aneroxia

Corino Rodrigues de Alvarenga - 13 de janeiro de 2007 - 16:03

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Aneroxia é o assunto do momento. Aneroxia e bulimia são dois tipos de distúrbios alimentares que têm levado problemas graves a milhares – ou milhões, não se sabe – de adolescentes e até moças adultas que estão atuando ou sonham atuar no concorrido mercado fashion, em que modelos esqueléticas desfilam como se fossem verdadeiros cabides ambulantes, com muito mais osso do que carne.
E eu confesso: prefiro mais carne e menos osso.
Os produtores de moda, os grandes designers e os mais renomados estilistas acreditam que a mulher – e o homem também – tem que se transformar num cabide, em que a roupa fica suspensa, sem qualquer curva para não dar uma forma diferente à roupa, e em que a modelo seja apenas um instrumento que anda, com aquela cara de quem comeu e não gostou, pálida, gélida, que é para não aparecer mesmo. Quem tem que aparecer, no fim das contas, é a vestimenta. A roupa é a grande artista das passarelas.
Gisele Bundchen, por exemplo, mais parece uma grande avestruz, com aquelas pernas longas e magras, aquela face magérrima e aquele olhar de soslaio próprio das boas modelos.
Muitas chegam ao exagero de comer muito para matar a gula e vomitar tudo depois, repetidas vezes. Quer dizer, essas comem e não comem, ou, pior ainda, comem e descomem, como aquele gato do filme O Auto da Compadecida. Só que o gato fazia o serviço por baixo. Elas fazem por cima mesmo. Um servicinho feio contra a natureza humana.
Eu confesso que não entendo nada de moda. Nem sei por que estou escrevendo sobre isso hoje. Acho que estou sendo levado também pelo que a mídia publica de forma massificada, contudente. Somos, afinal, produtos da mídia e estamos sempre nos submetendo aos seus caprichos.
Mas é preocupante que tantas jovens bonitas – ou que poderiam ser ainda mais bonitas e normais, seguindo os ditames do padrão ocidental, em que se vê mais carne e menos osso – se matarem à-toa.
Danem-se os produtores de moda! Dane-se o mercado fashion! Vão comer, suas magrelas! Vão para os restaurantes! Abram as geladeiras! E comam, comam, comam!
Mas sem exagerar na gordura, no sal e no açúcar, claro.
Mas comam, comam, comam!
E, se possível, não vomitem!

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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