Fim de um dia cansativo. Na companhia da Promotora de Justiça e de policiais militares, estive numa escola pública onde, infelizmente, baderneiros estão destruindo o patrimônio público, promovendo arruaças e criando uma liderança negativa no meio escolar, arrastando com eles alguns alunos ingênuos, outros, nem tanto. Salas sujas, papéis pelo chão, paredes rabiscadas e pichadas com palavrões, carterias com desenhos obscenos etc.

Estou nesta estrada há 16 anos. E não consigo encontrar outra alternativa para se combater a baderna extremada (o que significa amaeças, drogas e agressões): punição aos alunos arruaceiros e aos pais negligentes. Isso porque, em todas as escolas pelas quais passei a trabalho até hoje (todas, repito), onde a palavra foi dura e as ações legais ainda mais pesadas, houve sim resultados positivos. Adolescentes precisam conhecer o valor da hierarquia, do respeito ao professor; saber que o professor é quem manda dentro da sala de aula. Temos que ensinar aos alunos que eles devem ter uma postura de humildade diante dos mestres.

Porém, o nosso maior adversário não é o aluno baderneiro, que conseguimos corrigir, com o tempo, esforço e perseverança. O nosso maior empecilho é a ideologia que fomenta poder aos menores, que passa a mão na cabeça de quem comete erros e aceita os erros cometidos, que só vê a educação pela forma passiva, que advoga a cartilha das suscetibilidades, que irradia um persamento laxista e hedonista, onde não se pode cobrar valores nem sacrifícios, que desvaloriza o professor na exata medida que só ouve a versão dos alunos problemáticos, que tenta justificar os crimes cometidos por baderneiros em questões sociais, extraindo a responsabilidade individual do abusador.

Enfim, nós continuaremos a fazer a nossa parte. Mas, para que a ordem e a disciplina sejam observadas, pois são fundamentais à educação, a sociedade como um todo necessita debater mais e estar mais presente na escola, ajudando e dando forças aos nossos mestres.

Juiz de Direito

Fernandópolis - SP