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A chacina da família do açougueiro em Cáceres

Sinézio Alcântara, de Cáceres/24horasnews - 05 de janeiro de 2007 - 05:58

A chacina da família do açougueiro Nivaldo Cruz e da professora Júlia Messias Cruz, ocorrida no mês de outubro de 2006 em Cáceres, será reconstituída nos próximos dias. A reconstituição foi solicitada em juízo pela delegada Alessandra Marques Ferronato, responsável pelo inquérito. A intenção é colocar frente a frente o menor L.M.S.G, 17 anos, principal acusado e o servente de pedreiro, Rodrigo da Silva Moraes, vulgo “Rodrigo cara de burro”, 22 anos, acusado e depois desmentido, pelo próprio menor, no envolvimento dos crimes.

O açougueiro Nivaldo Cruz Gonçalves, a esposa professora Júlia Messias Cruz e o filho, um garotinho de três anos, foram executados a golpes de faca, na madrugada de 14 de outubro, quando dormiam em sua residência no bairro Massa Barro. A brutalidade e o requinte de crueldade praticados durante a execução, fizeram com que a chacina repercutisse em nível nacional.

A princípio, o filho adotivo do casal, L.M.S.G, confessou que primeiro escolheu o pai para matar. Em Nivaldo, segundo ele, foram desferidas 10 facadas, posteriormente executou com 9 facadas a mãe e por último desferiu três ou quatro facadas no irmão, porque ele acordou e não parava de chorar.

De acordo com a delegada, Alessandra Ferronato, a reconstituição poderá facilitar o esclarecimento das mortes devido aos confusos e, principalmente, inconstantes, depoimentos do menor. Conforme a delegada, pelo menos três
versões já foram apresentadas por L. desde a execução da família no ano passado.

Primeiro, segundo a delegada, ele alegou que matou os pais porque eles o chamavam atenção pelo péssimo desempenho escolar; posteriormente o menor apontou o servente de pedreiro “Rodrigo cara de burro” como autor dos crimes. Revelou, inclusive, que teria encomendado a morte da família por R$ 500,00 porque os pais teriam descobertos que ele era homossexual. E, no final do ano, antes de ser transferido para a “Fazendinha” em Cuiabá, voltou a trás afirmando que denunciou o colega de maneira infundada porque ele é pobre e não tem como se defender.

No entendimento da delegada já era difícil acreditar que o menor teria agido sozinho, matando três pessoas, no mesmo instante e local, sem que houvesse reação e que alguém tivesse visto. E que “as riquezas de detalhes, apresentados no segundo depoimento, fortaleceram ainda mais a descrença”.

Conforme a delegada, ele chegou a dizer que teve um desentendimento com o colega porque não pagou parte do combinado. E ainda, revelou que o crime foi praticado com uma faca com um dente próximo ao cabo. Faca essa que foi encontrada na residência do outro acusado, explica.

Os procedimentos para a reconstituição, conforme a delegada estão sendo concluídos lentamente porque, além do crime, terá que reconstituir o local. “A família deixou a casa após a tragédia. E agora, até os moveis terão que ser recolocados no devidos lugares que estavam para que não haja falha no trabalho”, assinalou.

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