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Geral

A avaliação da aprendizagem, segundo Nelson Valente

(*) Nelson Valente - 27 de junho de 2009 - 07:47

A avaliação da aprendizagem é um processo sistemático, contínuo e integral que determina até que ponto os objetivos previstos no planejamento do professor foram atingidos. Assim sendo, necessário se faz que tais objetivos sejam claramente definidos, em função dos interesses e necessidades dos alunos, além de expressos em comportamentos observáveis.
Como processo sistemático, contínuo e integral, a avaliação caracteriza-se por possibilitar a correção do erro enquanto ele ocorre e por levar ao replanejamento de outras atividades, refletindo os objetivos propostos. Permite acompanhar, registrar e analisar o desenvolvimento do aluno em todos os seus aspectos: individual, social, intelectual, espiritual e emocional, evidenciados através de comportamentos observáveis. Permite ainda orientar a aprendizagem de acordo com a capacidade e nível de desempenho do aluno.
Sendo assim, a avaliação da aprendizagem é um processo:
sistemático porque é planejado antecipadamente;
contínuo porque ocorre ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem e não apenas ao final do mês ou de uma unidade de trabalho; e
integral porque todos os aspectos da aprendizagem são avaliados: cognitivo, afetivo e psicomotor.
Para que o processo avaliativo alcance sua finalidade, é necessária a utilização de diferentes tipos de avaliação: diagnóstica, formativa, somativa. Vejamos como.
Entende-se como avaliação diagnóstica aquela que ocorre especialmente antes do processo de ensino-aprendizagem e tem a função de sondar se o aluno possui os comportamentos (conhecimentos, atitudes, habilidades) necessários para que esse processo possa ser iniciado.
Às vezes, a avaliação diagnóstica faz-se também necessária durante o processo de ensino-aprendizagem para identificação de dificuldades de aprendizagem. Neste caso a avaliação diagnóstica costuma extrapolar a esfera do professor, sendo necessária a elaboração de especialistas como orientadores educacionais, psicólogos, médicos etc., tendo em vista que tais causas podem estar ligadas a problemas físicos, emocionais ou culturais.
As informações fornecidas pela avaliação diagnóstica servem de base às decisões de planejamento de programas de ensino e de definição de objetivos.
Entende-se como avaliação formativa aquela que ocorre durante o processo de ensino-aprendizagem. Através dela, professor e alunos verificam se a aprendizagem está realmente ocorrendo. A avaliação formativa desempenha vários papéis:
dá informação ao aluno, mostrando-lhe seus pontos fracos, a fim de que possa recuperar-se;
ajuda o aluno a estabelecer seu ritmo de estudo, mostrando-lhe se o esforço despendido é suficiente ou se precisa investir mais tempo;
serve de fonte de motivação para o aluno, informando-o sobre seu sucesso ou dando-lhe estímulo para corrigir as falhas; e
dá informação ao professor, mostrando-lhe aspectos de seu ensino que precisam ser mudados.
Entende-se como avaliação somativa aquela que ocorre ao final de uma unidade de ensino, de um curso ou de um programa, tendo por finalidade a aprovação ou reprovação do aluno. Embora sirva para verificar se os objetivos foram alcançados, pouco pode fazer no sentido de corrigir falhas no processo de ensino-aprendizagem, pois ocorre ao final dele.
Note que tanto a avaliação diagnóstica como a formativa contribuem para a avaliação somativa, uma vez que a primeira define a situação informando o planejamento, e a segunda afere se o processo de ensino-aprendizagem está atendendo ao planejamento. Assim, os instrumentos da avaliação somativa são definidos em função dos dados oferecidos por aquelas.



TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Para que a avaliação da aprendizagem se processe de maneira sistemática e integral, torna-se necessária a utilização de técnicas e instrumentos variados.
As técnicas são os procedimentos utilizados na coleta dos dados necessários à avaliação, enquanto os instrumentos são os recursos utilizados dentro de cada técnica.
Técnicas de avaliação
Existem três técnicas fundamentais de coleta de dados para a avaliação, que são: a observação, a inquirição e a testagem.

Observação
Observar é olhar com atenção, examinar minuciosamente, ouvir e estudar manifestações de comportamento, condições ambientais etc. Pressupõe que seja também guiada por objetivos pré-estabelecidos, a fim de que se tenha claro quais são os aspectos que se quer investigar.
A observação permite colher dados sobre o domínio cognitivo, afetivo e psicomotor, mais especialmente sobre esses dois últimos.
Todo professor deve utilizar a observação em situações tais como:
desenvolvimento de um experimento;
desempenho na utilização de instrumentos, quaisquer que sejam: musicais, científicos etc.;
habilidades básicas de ler, ouvir etc.;
habilidades físicas: correr, nadar, jogar futebol; e
participação em trabalho em grupo etc.
Para que uma observação seja bem feita, é indispensável que o observador seja capaz de separar fato de opinião, evitando as opiniões subjetivas.
Para minimizar a subjetividade na observação são utilizados instrumentos de registro de fatos como o registro anedótico, a lista de “checagem” e as escalas de classificação.
Existem diferentes técnicas e instrumentos para a avaliação no processo de ensino-aprendizagem.
As técnicas são os procedimentos de avaliação enquanto os instrumentos são os recursos utilizados em cada técnica.
As principais técnicas de coleta de dados para a avaliação são: a observação, a inquirição e a testagem.
A observação dos comportamentos dos alunos, em todos os aspectos, utiliza instrumentos como o registro anedótico, a lista de “checagem” e a escala de classificação.
A inquirição é uma técnica usada quando se faz necessária a participação da própria pessoa no esclarecimento de seu comportamento. Utiliza instrumentos como o questionário, a escala de atitudes e a entrevista.
A testagem inclui instrumentos como os testes padronizados e os construídos pelo professor.
Os testes padronizados são os de aproveitamento, de aptidão e de personalidade e interesse.
Os testes construídos pelo professor podem ser de itens subjetivos e objetivos.

(*) é professor universitário, jornalista e escritor

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