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5 de Março: Dia do Filatelista

Eber Benjamim Santos Arruda - 04 de março de 2005 - 08:06

No dia 5 de março é comemorado o Dia do Filatelista, que é o nome dado aos colecionadores de selos. O trabalho dos filatelistas não se resume a recolher selos e guardá-los. Trata-se também de organizá-los, separando-os de acordo com país, época, tema, variedade ou algum outro critério escolhido. Mas nem só de selos vive o filatelista. Há também carimbos, franquias mecânicas, folhas comemorativas e blocos, por exemplo.

A Filatelia é um passatempo que mobiliza milhares de pessoas no Brasil. Estes colecionadores, ao reunirem os vestígios do dia-a-dia postal, recolhem também um pouco de história, contribuindo assim para a preservação da memória cultural de um país ou época. O hobby é tão valorizado que, em alguns países da Europa, a Filatelia chega a ser integrada no currículo de escolas.

Origens - A origem da filatelia remonta à própria origem do selo. O primeiro selo surgiu na Inglaterra, em 1840, a partir da necessidade de se estabelecer um padrão de tarifas postais para toda a nação. Antes de existir, o destinatário arcava com as despesas de correspondência. Com os selos, foi possível uniformizar as taxas de todas as regiões de uma nação e, posteriormente, implantar um sistema postal de âmbito internacional. A idéia de criação do selo era parte de um projeto de reforma do sistema postal inglês, concebido por Rowland Hill, que foi também o responsável pelo esboço do primeiro exemplar, com a estampa do perfil da Rainha Vitória. Os primeiros selos foram colocados à venda ainda em 1840 e eram conhecidos como Penny Black, uma alusão a seu preço, um penny, e a sua cor, preta. Seguindo o exemplo da Inglaterra, o segundo selo foi lançado em Zurique, na Suíça, em 1843.

A filatelia no Brasil - Em agosto do mesmo ano, o Brasil emite o terceiro selo do mundo, o “Olho de Boi”, que é hoje uma raridade. A Filatelia no País prosseguiu com a criação dos selos “Inclinados”, em 1844, “Olhos de cabra”, em 1850 e “Olhos de gato”, em 1854. Outros destaques que um bom filatelista apreciaria são os primeiros selos comemorativos, celebrando o 4.º Centenário do Descobrimento do Brasil, em 1900; os selos alusivos ao 3.º Congresso Pan-Americano, em 1906; o primeiro carimbo comemorativo, em 1904, relativo aos 50 anos de emancipação política do Paraná.

Sucederam-se muitas mudanças no sistema postal brasileiro. Os selos contribuíram para registrar estes acontecimentos, como foi o caso da criação do serviço postal aéreo, em 1920, com selos exclusivos no período de 1927 a 1934. A impressão dos selos melhorou a partir de 1968. O ano seguinte também foi importante, quando a então recém-criada Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) serviu de trampolim para a melhoria da qualidade das emissões comemorativas, o que rendeu aos selos brasileiros vários destaques e prêmios internacionais.

O valor do selo - O valor de um exemplar de selo varia de acordo com sua raridade. A idade do selo também é importante. Quem tem selos em casa talvez goste de saber desta notícia: o valor real de um selo aumenta após dois anos a partir da data de sua emissão. Isto porque, expirado este prazo, o selo é retirado de circulação e passa a ter um valor agregado que pode superar de longe o preço que traz estampado.

Outra dica: selos comemorativos costumam ter tiragem menor e portanto são mais valorizados. É o caso das edições especiais de Natal e Ano Novo, que também se esgotam mais rapidamente.

Selos para todos os gostos - O primeiro selo do mundo com legendas em braile foi lançado pelo Brasil, em 1979. Outro motivo de orgulho dos filatelistas brasileiros é que nosso país foi o segundo do mundo a emitir um selo com imagens holográficas (tridimensionais), no ano de 1989. Dez anos depois, mais novidades com os efeitos tridimensionais. O Brasil lança a série “Peixes do Pantanal: Aquário de Água Doce”, apresentando selos ricos em detalhes holográficos. No mesmo eixo temático, o apelo diferente foi a emissão da série “Parques Nacionais do Brasil - Prevenção a Incêndios Florestais”. Desta vez, além de ser toda impressa em papel reciclado, tinha aroma de madeira queimada. Um alerta para a necessidade de conscientização em relação ao meio ambiente.

Para quem quer começar sua coleção e deseja se informar, os Correios do Brasil têm farto material disponível e gratuito: basta entrar em contato e solicitá-lo. Outros links interessantes levam a organismos e federações, dos quais se destacam a União Postal Universal (UPU), a União Postal das Américas, Espanha e Portugal (UPAEP) e a Federação Brasileira de Filatelia (Febraf).

Quem quiser acessar informações e imagens dos selos lançados pelos Correios do Brasil (em 2005 e anos anteriores) pode acessar o site www.correios.com.br, entrar em selos e em seguida na opção selos postais.

Clube Filatélico e Numismático de MS foi reativado em 2004

O Clube Filatélico e Numismático de Mato Grosso do Sul foi reativado em março de 2004. O clube conta atualmente com cerca de 300 cadastrados. Nas reuniões do clube são feitas avaliações, compra, venda e troca de selo, cartões postais, cédulas, moedas e até cartões telefônicos. O Clube Filatélico funciona junto à Agência Filatélica dos Correios, no edifício sede dos Correios em Campo Grande (Avenida Calógeras, 2.309, entrada pela Dom Aquino). Mais informações com Cleise Mary, na Agência Filatélica (389-5182).

Por que a data é comemorada no dia 5 de março?

Em 1969, em São Paulo, durante um Congresso organizado pela Comissão Estadual de Filatelia, ficou definido que o dia do Filatelista seria 5 de março, dia do aniversário da assinatura do Decreto de 1829, baixado por D.Pedro I, que organizou os Correios do Brasil, estabelecendo tarifas e outras medidas de importância para os serviços postais.

A referência ao Decreto de 1829 para o Dia do Filatelista se justifica pelo fato de que as medidas de D.Pedro I culminaram com a independência e a organização dos Correios do Brasil, possibilitando que em 1 de agosto de 1843, 14 anos depois, fosse emitido o primeiro selo postal brasileiro.

Segundo país do mundo e primeiro das Américas a adotar o selo postal como comprovante de franqueamento, o Brasil deve seu pioneirismo ao Imperador D.Pedro II que, sensível às idéias inovadoras, soube vislumbrar no pequeno pedaço de papel, o Penny Black, emitido em 1 de maio de 1840, na Inglaterra, uma conquista que marcaria, definitivamente, o destino dos Correios.

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