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25 de janeiro: Dia dos Carteiros

Eber Benjamim Santos Arruda - 25 de janeiro de 2006 - 07:13

Um dos maiores empregadores do país, presente em todos os 5.561 municípios brasileiros, os Correios reservam o dia 25 de janeiro para homenagear seu funcionário-símbolo e maior categoria profissional da empresa, o carteiro, que representa atualmente um exército de 51.407 empregados. São 46 mil homens e 5.407 mulheres. Em MS são 709 carteiros, sendo 108 mulheres, com idade média de 35 anos.

Este número é quase a metade de todo o efetivo postal, 108 mil empregados e quantitativo superior a muitas cidades de porte médio do País. Um contingente que vem crescendo dia-a-dia. São novas cidades, novas ruas, novos assentamentos e uma constante otimização na organização dos serviços de entrega feita pela empresa que vão exigindo o aumento do quadro. Os mais de 50 mil carteiros entregam cerca de 31 milhões de objetos por dia. Em Campo Grande são entregues 140 mil objetos/dia, com uma média de 707 objetos por carteiro. No estado são 300.000 correspondências/dia.

A rotina - Assim que chega no Centro de Distribuição Domiciliária – CDD (são 805 em todo pois) o carteiro prepara as correspondências que irá distribuir em seu distrito, termo usado para indicar a região da cidade ou zona rural – local em que estão instaladas a quase totalidade das mais 400 mil caixas postais comunitárias – em que o carteiro faz a sua percorrida diária. A seguir, ele sai para a rua carregando, às vezes, até 10 kg em sua sacola. Quando são muitos objetos, os Correios usam postos auxiliares, prédios comerciais em geral onde um carro da empresa deixa mais correspondências; o carteiro renova a sua sacola e segue sua rotina. No final da jornada, o carteiro volta para o CDD para processar correspondências que não puderam ser entregues.

Os desafios da categoria - Os desafios que os carteiros enfrentam para cumprir com sua tarefa diária são os mais diversos: sol, chuva, frio, dificuldades de acesso, cães e, eventualmente, perigos típicos de um grande centro urbano, como assaltos.

Quanto ao problema dos ataques de cães, os Correios tentam conscientizar as pessoas, sobretudo em residências, a resguardarem o carteiro colocando a caixa de correio num lugar de fácil acesso, fora do alcance dos cães. Em 2005 foram notificados, no Mato Grosso do Sul, 103 casos de acidente de trabalho, sendo 20 por mordedura de cão e 93 por outros acidentes de percurso, como queda de bicicleta e atropelamentos, entre outros.

Curiosidades - A data recorda um fato importante da história dos Correios ocorrida em 1663. Naquele 25 de janeiro, a Coroa Portuguesa criou o Correio-Mor no Brasil, nomeando o alferes João Cavalheiro Cardoso para exercer os serviços de correios na Colônia. A data é, portanto, uma homenagem ao primeiro carteiro, designado há 341 anos.

Outro carteiro a entrar para a história dos Correios e reforçar a importância da homenagem a este profissional, foi o mensageiro postal Paulo Bregaro, portador das notícias que provocaram a decisão final do príncipe regente D. Pedro, às margens do Rio Ipiranga, no dia 7 de setembro. Bregaro virou personagem da história do País ao entregar, a tempo, as cartas da princesa Leopoldina, dos ministros e das cortes de Lisboa que ensejaram a ruptura dos laços políticos entre Portugal e Brasil. Por seu feito, Bregaro é o patrono dos Correios.

A Mulher Carteira

Mais de 25 mil mulheres trabalham nos Correios - 5.316 delas como carteiras. Isso dentro de um universo de 108 mil funcionários. Conquistaram espaço importante na Empresa, mesmo inicialmente enfrentando preconceitos dos colegas homens e até da população em geral. Mas superaram essas dificuldades e hoje atuam em pé de igualdade com os homens e têm o trabalho reconhecido por todos.

Com a entrada das mulheres no serviço de entrega, como carteiras, os Correios promoveram adaptações levando em conta a realidade delas. O peso da sacola do carteiro é de 10 quilos e da mulher carteira, 8 quilos. Também tem o direito igual para exercer função motorizada (com moto ou carro). As que ficam grávidas são realocadas para serviço interno, não saindo mais para fazer entregas externas e quando do seu retorno, ficará ainda 2 meses trabalhando internamente. As mulheres ecetistas podem coincidir suas férias com o final da sua licença gestante, possuem um horário de trabalho reduzido para amamentação, até que o bebê complete 6 meses. Também recebem pela empresa um Auxílio-Creche (hoje no valor de R$ 281,35) até que a criança complete os 7 anos.

Para Débora Sarita, carteira há cinco anos, o serviço é como outro qualquer. Ela até prefere a rua. “Quando passei no concurso e fui chamada na época, estava precisando. Acabei me identificando com o serviço, gostei e estou até hoje. Era operadora de caixa, ficava presa ao serviço. E por isso me identifiquei, por que saio, tenho contato com as pessoas, ando, gosto de conversar com as pessoas, e não de ficar “presa”. Já fiquei gestante duas vezes e foi uma tortura ficar aqui dentro como interna. Foi uma experiência não muito boa, prefiro a rua. Dificuldades existem: o tempo, sol, chuva, mas isso a gente tira de letra. É um serviço onde tenho contato com as pessoas. Todo serviço tem seu lado negativo. A área de trabalho para a mulher está bem ampla. Em todos os lugares tem mulheres trabalhando. Melhorou bastante. Apesar de as mulheres têm mais de um turno de serviço, além do trabalho, tem também o trabalho doméstico. Mas melhorou bastante.”

De carteiro a diretor regional dos Correios

João Rocha, atual diretor regional dos Correios no Mato Grosso do Sul, pode ser considerado um exemplo de garra e determinação. Ex-trabalhador rural, veio para a Campo Grande onde trabalhou como comerciário, enquanto estudava. Em 1993 entrou para os Correios, como carteiro, através de concurso. Formado em Pedagogia pela Universidade Federal, assumiu a direção regional dos Correios no dia 15 de abril de 2003, no dia de seu aniversário.

Ele foi o único carteiro a chegar ao posto, em todo o país, e isso não é fruto do acaso. Desde jovem João Rocha passou a militar nos movimentos de base da Igreja Católica, o que despertou sua consciência social. Nos Correios, assumiu a defesa dos interesses dos trabalhadores e entrou para o sindicato da categoria, onde foi secretário-geral e presidente. Em seguida foi eleito para ser o presidente da Arco-MS, a Associação Recreativa e Cultura dos funcionários da ECT.

E foi justamente pela sua trajetória dentro dos Correios, sempre comprometido com a categoria e com a defesa dos Correios público, que o qualificou para assumir a direção da empresa no estado. "Temos compromisso com um Correio público e de qualidade, ou seja, somos contra a privatização dos Correios no Brasil. Lutamos sim pelo crescimento desta empresa e pela valorização do seu corpo funcional", destaca.

Carteiro Padrão

Todos os anos é escolhido um Carteiro Padrão em cada regional dos Correios e depois o Carteiro Padrão Nacional . A escolha começa com os colegas de cada CDD (Centro de Distribuição Domiciliária) indicando o seu representante para a escolha do Padrão Estadual, que por sua vez representa o estado na escolha do Carteiro Padrão Nacional.

O Carteiro Padrão/2005 em MS foi Luiz Carvalho Funes, lotado no Centro de Entrega Encomendas de Campo Grande. Ele foi admitido na ECT em 17 de abril de 1986 e tem, atualmente, 19 anos e 9 meses de empresa. Luiz também foi Carteiro Padrão em 1992 e ficou conhecido como o “carteiro poliglota”, devido ao seu bom relacionamento com os clientes das colônias japonesa e libanesa, aprendendo a se comunicar nesses idiomas. No ambiente de trabalho se destaca pela facilidade em se comunicar, sendo uma pessoa alegre, participativa, prestativa e colaboradora, buscando sempre elevar o astral de toda a equipe, tornando o ambiente alegre, contribuindo para motivação da equipe.

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