Pelo terceiro ano consecutivo a fórmula de disputa do Paulistão foi mantida e, mais uma vez dentro da história do torneio, times pouco cotados a chegar nas fases mais agudas da competição surpreenderam. Mais especificamente o Osasco Audax, time que iniciara como profissional somente em 2007, chegou à decisão. O adversário? Nenhuma novidade: o Santos, pela oitava vez.

A grande alteração com relação aos anos anteriores estava no número de rebaixados à Série A2 do Campeonato Paulista do ano seguinte. Seis seriam as equipes rebaixadas, enquanto somente duas teria o acesso à elite. O mesmo ocorria nas Séries A2 e A3, num plano da FPF de ter até 2019 apenas 16 equipes nas três divisões da primeira divisão estadual.

Corinthians e Santos, donos da primeira e segunda melhor campanha da primeira fase, respectivamente, se classificaram sem grandes dificuldades, já que abriram boa vantagem para os segundos colocados. O Palmeiras também foi líder, mas garantiu sua vaga na fase seguinte somente na última rodada. O São Paulo, por sua vez, se classificou com antecedência, mas em segundo, ficando atrás da grande surpresa da competição, o Osasco Audax.

Deste modo, enquanto Corinthians, Santos e Palmeiras jogariam as quartas de final em casa, o São Paulo iria até Osasco enfrentar o time do Audax. Na primeira grande surpresa da competição, o time que se classificara ao mata-mata do estadual pela primeira vez na história venceu o tradicional clube do Morumbi por inapeláveis 4 a 1, avançando até a semifinal.

Jogando em casa, no sábado, o Corinthians goleou o Red Bull Brasil por 4 a 0, enquanto o Santos derrotou o São Bento por 2 a 0. Já no domingo foi a vez de o Palmeiras se classificar ao vencer o São Bernardo por 2 a 0. Definidas as semifinais, o time do Parque São Jorge teria a missão de enfrentar a surpresa da competição enquanto Palmeiras e Santos fariam mais um clássico decisivo.

Desde o início a missão corintiana mostrou-se ingrata, já que os donos da casa estiveram sempre correndo atrás do placar, garantindo o empate que levou a decisão aos pênaltis somente aos 33 minutos da segunda etapa. Nas penalidades, os osasquenses fizeram história na Arena Corinthians ao se classificar para uma inédita decisão estadual. Seria mais um time do interior a enfrentar um gigante do estado.

Na Vila Belmiro, Santos e Palmeiras decidiriam quem iria desafiar a surpresa da competição. Quando Gabriel marcou seu segundo gol aos 29 minutos da segunda etapa a definição parecia sacramentada. No entanto, num exemplo de que só o futebol pode proporcionar certas situações, Rafael Marques marcou dois gols em dois minutos, empatou a partida e levou a decisão aos pênaltis. A terceira entre as duas equipes no intervalo de menos de um ano.

Na decidão do Paulista de 2015 o herói da vitória santista foi Vladimir; já na Copa do Brasil Fernando Prass foi o maior responsável pela conquista palmeirense; desta vez coube a Vanderlei, goleiro santista, ser o grande nome da decisão ao defender a cobrança do próprio Rafael Marques e ver Prass, autor do gol do título nacional palmeirense meses atrás, errar, pressionado pela responsabilidade de não poder perder.

Classificados à decisão dois dos times que apresentaram futebol mais vistoso no torneio, a promessa era de partidas abertas e cheias de oportunidades. No primeiro tempo da decisão em Osasco, talvez a ansiedade tenha atrapalhado e a partida ficou abaixo das expectativas. Na segunda etapa, porém, os times se soltaram mais e a torcida foi brindada com dois golaços de Mike, para o Audax, e Ronaldo Mendes, para o Santos.

Neste domingo, 8 de maio, dia das mães, será conhecido o campeão do Paulistão Itaipava 2016. Santos e Audax se enfrentam às 16h na Vila Belmiro, em Santos. Em caso de novo empate, o estadual terá mais uma decisão por pênaltis. Caso o time da casa seja vencedor, fará história com a 22ª conquista, empatando com o Palmeiras e assumindo a segunda posição no ranking de títulos paulistas pela primeira vez em toda a história. Já o Audax, se vencer, terá um título inédito em sua galeria, sendo o segundo time do interior a derrotar um favorito na decisão e o quinto a conquistar o Paulista, igualando o feito da Inter de Limeira, Bragantino, Ituano e São Caetano.