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19 de janeiro: Falecia Rondon, o marechal da integração

Ocimar Barbosa, 24horasnews - 19 de janeiro de 2009 - 15:11

Melhorar as condições de vida dos índios, levar a civilização pra selva era a proposta de Marechal Rondon, um homem que acreditava na filosofia do "positivismo". Para ele, o Brasil só poderia evoluir por meios científicos.

Cândido Mariano da Silva Rondon, nasceu no dia 5 de maior de 1865 na localidade de Mimoso, Estado do Mato Grosso. Seu pai tinha descendência portuguesa e sua mãe era neta de indígenas das tribos Bororó e Terena. O pai morreu quando Rondon tinha apenas dois anos. Foi criado então pelo avô e seu tio ficou responsável pelos estudos do garoto.

Era ainda um estudante quando participo dos movimentos pela abolição da escravatura e abolicionista e ela instauração da República.

Após a morte do avô, Rondon foi para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola Militar. Ali, além dos estudos gratuitos (Matemática e Ciências Físicas e Naturais da Escola Superior de Guerra), os alunos que assentassem praça recebiam o soldo de sargento. O ano era 1881, quando Rondon se alistou então no 2º Regimento de Artilharia a Cavalo.

Transferiu-se para o Rio de Janeiro para ingressar na Escola Militar: além dos estudos serem gratuitos, os alunos da escola recebiam - desde que assentassem praça - soldo de sargento. Alistou-se no 2º Regimento de Artilharia a Cavalo em 1881. Dentre outros estudos,cursou Matemática e Ciências Físicas e Naturais da Escola Superior de Guerra.

Matriculou-se depois na Escola Militar do Rio de Janeiro. Em 1892 foi escolhido pelo governo brasileiro para a missão de chefiar o Distrito Telegráfico de Mato Grosso e assim, foi criada a Comissão de Construção das Linhas Telegráficas que ligariam Mato Grosso e Goiás, entre o Cuiabá e o Araguaia. Era necessário melhorar as comunicações do Centro-Oeste, tão isolado dos grandes centros e também das fronteiras, além de uma estrada para ligar Cuiabá a Goiás.

Entre 1900 e 1906 outra linha telegráfica seria construída, agora entre Corumbá e Cuiabá, aproximando-se das fronteiras com a Bolívia e Paraguai. Foi nesse período que Rondon descobriu a maior relíquia histórica da região: a Fortaleza Real do Príncipe da Beira, construída pela engenharia militar portuguesa no tempo do Brasil Colônia, na margem direita do Rio Guaporé (Guajará-Mirim).

Nem sempre os primeiros contatos com os índios teriam sido amistosos. Prova disso foi uma flexa envenenada atirada contra ele por índios Nhambiquaras. Salvo pela bandoleira de ouro de sua espingarda, na revidou e nem deixou que seus comandados o fizessem. Sua missão era "Matar nunca, morrer se preciso for".

Com o passar do tempo, o militar e desbravador conseguiria manter relacionamento amistoso com as tribos Bororó, Nhambiquara, Urupá, Jaru, Karipuna, Ariqueme, Boca Negra, Pacaás Novo, Macuporé, Guaraya, e Macurape, entre outras.

Criou o Serviço Nacional de Proteção aos Índios e foi condecorado em 1913 pelo Congresso das Raças em Londres por sua missão de apoio e proteção aos povos silvícolas.

Rondon foi seguindo Brasil a dentro, levando comunicação telegráfica, desbravando, abrindo estradas, fortalecendo a língua portuguesa nas comunidades indígenas. Se o Brasil deve a um personagem a sua unidade lingüística, cercado por países de língua espanhola, isso se deve às expedições de Marechal Rondon. Teodoro e Roosevelt, presidente americano, também acompanhou as expedições do grupo de Rondon durante pelas margens do Amazonas durante o ano de 1913.

Mais linhas telegráfica e estações iam sendo construídas, agora com a Comissão Rondon que a partir de 1914, fez surgir mais 372 km de linhas e mais cinco estações telegráficas que foram as de Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes, na área do território do Guaporé, atual Rondônia. Sua missão foi concluída com a inauguração da estação telegráfica de Santo Antônio do Madeira, em 1915.

Entre os anos de 1927 e 1930, o desbravador foi nomeado para uma inspeção de Norte a Sul do país, o Oiapoque até as fronteiras com Argentina e Uruguai.

No ano de 1939, o Marechal Cândido Marino da Silva Rondon recebeu do IBGE o título de Civilizador do Sertão, por sua missão pacificadora e de apoio aos índios que denominaram Grande Chefe.

O Brasil o condecorou como o Marechal de Paz. Em sua homenagem, em 1956, o Território do Guaporé passou a ter o seu nome, Território de Rondônia (hoje Estado de Rondônia).

Marechal Rondon, o militar sertanista, faleceu no dia 19 de janeiro do ano de 1958 no Rio de Janeiro. É o respeitável Patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro.
Em 1966 o governo criou o Projeto Rondon, com o objetivo de enviar estudantes universitários para conhecer a Região Amazônica e a realidade da vida dos povos indígenas

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