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Geral

15 milhões de brasileiros têm problemas de audição

Edson Parente - 14 de setembro de 2004 - 10:29

Mais de 15 milhões de brasileiros têm problemas de audição, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. O que poderia ser um problema simples de ser resolvido - uma vez que a tecnologia atual já proporciona uso de aparelhos quase imperceptíveis - ganha contornos de epidemia. Apenas 40% dos afetados reconhecem a doença. A falta de informação e o preconceito fazem com que a maioria demore, em média, seis anos para tomar uma providência.

Preocupada com esses índices, a Academia Brasileira de Otologia (ABO) lança a Campanha Nacional da Audição. A iniciativa, que conta com o apoio de empresas do setor de Audiologia e da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, terá início em 20 de setembro, quando se comemora o Dia do Idoso, e promoverá ações de conscientização por todos o País. O objetivo é desmistificar alguns tabus que envolvem a deficiência auditiva e melhorar a qualidade de vida de quem sofre com o problema.

Especialistas são unânimes em afirmar que é preciso acabar com o preconceito que rodeia os problemas auditivos. Reconhecem que audição é ponto de equilíbrio e ponte para uma vida social. Pesquisas informais constataram que a maior parte dos surdos preferia ser cega. A explicação dada por quem estuda o assunto é que a surdez causa mais solidão do que a cegueira.

"O maior dilema do surdo acontece em casa. Com o tempo, quem tem problemas deixa de freqüentar a mesa com a família e a sala de televisão. A criança fecha a janela do conhecimento e se isola. A maior parte da sociedade tem dó do cego e raiva do surdo" explica Dr. Luiz Carlos Alves de Sousa, diretor da Academia Brasileira de Otologia e coordenador nacional da campanha.

“Quando identificado o problema, e indicado o uso de aparelho auditivo, o paciente se sente punido por isto. Infelizmente, este preconceito está entre as maiores dificuldades na reabilitação da perda auditiva. Precisamos mudar essa imagem. O aparelho, muitas vezes, é a solução ideal inclusive para outros problemas relacionados à deficiência auditiva, tais como a dispensa profissional”, como observa o presidente da instituição, Sady Selaimen da Costa.

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