Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Quinta, 18 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

11 de outubro: criação de MS, conheça a história do nosso Estado

Amambai Notícias - 11 de outubro de 2015 - 08:19

Foto: Daniel de Granville
Foto: Daniel de Granville

Uma terra de verdes brilhantes, água em abundância e um céu de profundo azul. Assim pode ser descrito ao menos um pedaço das terras lindas do Mato Grosso do Sul, terra de gente hospitaleira, de sorriso fácil e hábitos tranqüilos, uma terra onde, se plantando, tudo cresce forte. Terra de gente batalhadora, que busca seu espaço nesse Brasil enorme, gente de todos os cantos, índios, gaúchos, paulistas, paraguaios. Sul-mato-grossenses de nascença.

Pelo Pantanal (conhecido como mar do Xaraés) e por outras terras de Mato Grosso do Sul em geral passaram numerosas bandeiras em direção ao Norte, ao Peru e ao Paraguai. As regiões do Ivinhema, do Iguatemi e a serra de Maracaju eram bem conhecidas dos bandeirantes e muito utilizadas em suas rotas fluviais.

Há notícias de que o primeiro português a pisar no que hoje é Mato Grosso do Sul, teria sido Aleixo Garcia, por volta de 1524. Ele partira de Santa Catarina, atravessou a Serra de Maracaju, desceu o rio Miranda e, pelo rio Paraguai, chegou à Assunção. Aleixo buscava as riquezas das minas do Peru, difundidas em estórias da época.

Com o objetivo de aprisionar índios, Pascoal Moreira Cabral chegou ao território dos Coxiponés (atual Cuiabá) em 1718, onde descobriu ouro abundante junto ao rio Coxipó Mirim. Em 8 de abril de 1719 nascia o arraial de Forquilha, que transformaria mais tarde na cidade de Cuiabá, iniciando se na região a corrida pelo ouro.

Neste mesmo ano, os irmãos Leme bem armados, com escravos e recursos, seguiram um caminho diferente para Forquilha atravessando um lugar conhecido como Camapuã. Os quatro homens fizeram uma parada e, em 1719, fundava se o primeiro núcleo de Mato Grosso do Sul, com a fixação dos primeiros homens brancos: a fazenda Camapuã.

Outros povoados começam a nascer no correr dos anos e também fortificações militares tais como o Forte Coimbra em 1775; o Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque (atual Ladário) em 1778; o presídio de Miranda, em 1797, às margens do rio Mondego (que passaria a chamar se, daí em diante, de Miranda). A função era tanto de apoio aos viajantes que seguiam atrás do ouro fácil do Cuiabá quanto de demarcar e vigiar as fronteiras portuguesas contra os possíveis ataques espanhóis.

A origem do termo Mato Grosso é incerta, acredita-se que o seja originário da palavra guarani Kaagua'zú (Kaa bosque, mata e Guazú grande, volumoso), que significa literalmente Mato Grosso.

Linguisticamente, o nome Mato Grosso do Sul se faz acompanhar por artigo definido, como acontece com nomes geográficos derivados de termos genéricos: "o Mato Grosso do Sul", "o Rio de Janeiro", "o Espírito Santo". Entretanto, este uso é contestado e há quem prefira eliminar o artigo definido: "em Mato Grosso".

História

Historicamente vinculado ao Sudeste, Mato Grosso do Sul teve na pecuária, na extração vegetal e na agricultura as bases de um rápido desenvolvimento iniciado no século XIX, enquanto norte minerador vivia sua decadência. Em 11 de outubro de 1977, o então presidente do Brasil, Ernesto Geisel, assinou a lei que finalmente desmembrava do território do Mato Grosso um novo estado, Mato Grosso do Sul.

Entre os argumentos justificadores do ato incluíam-se imposições administrativas - o território era grande demais para ser administrado por uma só máquina administrativa - e preceitos da Doutrina de Segurança Nacional, que considera pouco recomendável a existência de estados grandes e potencialmente ricos na região de fronteira.

O estado de Mato Grosso do Sul é oficialmente instalado em 1º de janeiro de 1979, sendo o primeiro governador Harry Amorim Costa, nomeado pelo presidente Ernesto Geisel.

Geografia

Localização e território O estado de Mato Grosso do Sul está localizado no sul da região Centro-Oeste do Brasil e tem como limites os estados de Goiás a nordeste, Minas Gerais a leste, Mato Grosso ao norte, Paraná ao sul, São Paulo a sudeste, Paraguai a oeste e sul e a Bolívia a noroeste.

Possui uma superfície de 358.159 km², participando com 22,2% da superfície da região Centro-Oeste e 4,2% da área territorial brasileira (de 8.514.876,6 km²), sendo ligeiramente maior que a Alemanha. Possui ainda 78 municípios, 165 distritos, quatro mesorregiões geográficas e onze microrregiões geográficas, de acordo com o IBGE.

Relevo

Pantanal, o maior ecossistema do estado. O arcabouço geológico do Mato Grosso do Sul é formado por três unidades geotectônicas distintas: a plataforma amazônica, o cinturão metamórfico Paraguai-Araguaia e a bacia sedimentar do Paraná. Sobre essas unidades, visualizam-se dois conjuntos estruturais. O primeiro, mais antigo, com dobras e falhas, está localizado em terrenos pré-cambrianos, e o segundo, em terrenos fanerozóicos, na bacia sedimentar do Paraná.

Não ocorrem grandes altitudes nas duas principais formações montanhosas, as serras da Bodoquena e de Maracaju, que formam os divisores de águas das bacias do Paraguai e do Paraná. As altitudes médias do estado ficam entre 200 e 600 metros.

O planalto da bacia do Paraná ocupa toda a porção leste do estado. Constitui uma projeção do planalto Meridional, grande unidade de relevo que domina a região sul do país. Apresenta extensas superfícies planas, com 400 a mil metros de altitude. Já a baixada do rio Paraguai, domina a região oeste, com rupturas de declives ou relevos residuais, representados por escarpas e morrarias.

Estendendo-se por uma vasta área de noroeste do estado, a baixada do rio Paraguai é parte da grande depressão que separa, no centro do continente, o planalto Brasileiro, a leste, da Cordilheira dos Andes, a oeste. Sua maior porção é formada por uma planície aluvial sujeita a inundações periódicas, a planície do Pantanal, cujas altitudes oscilam entre 100 e 200m. Em meio à planície do Pantanal ocorrem alguns maciços isolados, como o de Urucum, com 1.160m de altitude, próximo à cidade de Corumbá.

Clima

Na maior parte do território do estado predomina o clima do tipo tropical, com chuvas de verão e inverno seco, caracterizado por médias termométricas que variam entre 25°C na baixada do Paraguai e 20°C no planalto. A pluviosidade é de aproximadamente 1.500mm anuais. No extremo meridional ocorre o clima subtropical, em virtude de uma latitude um pouco mais elevada e do relevo de planalto. A média térmica é pouco superior a 20°C, com queda de até 0°C nos meses mais frios do ano. A menor temperatura já registrada no estado ocorreu em Ponta Porã, com -6°C em 1975 e no dia 12 de julho de 2009 foi registrado -1 na cidade de Rio Brilhante.

As geadas são comuns no sul do estado registrando em média 3 ocorrências do fenômeno por ano. Observa-se o mesmo regime de chuvas de verão e inverno seco, e a pluviosidade anual é, também, de 1.500mm. No estado, percebe-se grande variação de temperaturas, sendo registradas pelo menos uma vez ao ano temperaturas máximas próximas de 40°C e mínimas próximas a 0°C.

Hidrografia

Vista aérea do Rio Paranaíba na divisa de Itumbiara (GO) e Araporã (MG).O território estadual é drenado a leste pelos sistemas dos rios Paraná, sendo seus principais afluentes os rios Sucuriú, Verde, Pardo e Ivinhema; a oeste é drenado pelo Paraguai, cujos principais afluentes são os rios Taquari, Aquidauana e Miranda. Pelo Rio Paraguai escoam as águas da planície do Pantanal e terrenos periféricos. Na baixada, produzem-se anualmente inundações de longa duração.

De novembro a março, o Pantanal vive o período das cheias, as depressões são inundadas, formando extensos lagos, reconhecidos como Baías. Alguns desses lagos são alcalinos, apresentando diferentes cores e suas águas, de acordo com as algas que ali se desenvolvem e criam matizes de verde, amarelo, azul, vermelho ou preto.

Esses lagos também se interligam ou não por pequenos rios perenes ou periódicos. Nas enchentes ocorre uma interligação entre rios, braços, baías na vazante, a terra enriquecida pelo húmus, se transforma na mais rica fonte de alimentos para sua flora e fauna. Na estação da vazante (de abril a outubro), os rios começam a baixar seus leitos, formando "corixos" ou baías que retém grande quantidade de peixes, fenômeno conhecido pelo nome de "lufada". De julho a setembro a terra é mais seca e a temperatura é amena, chegando a esfriar à noite. No início das chuvas, de outubro a dezembro, o calor é intenso, os rios começam a inundar as terras baixas, os mosquitos proliferam e os mamíferos migram para as terras altas.

A linha de divisa com o estado de Mato Grosso segue limites naturais formados por vários rios.

Vegetação

Complexo do Pantanal Os cerrados recobrem a maior parte do estado, mas também se destaca a Floresta Estacional Semidecidual. Há ainda a presença de pampas e Mata Atlântica.

Na planície do Pantanal, no oeste do estado, durante o período de cheias do Rio Paraguai, a região vira a maior região alagadiça do planeta, lá se combinam vegetações de todo o Brasil, até mesmo da Caatinga e da Floresta Amazônica, e é um dos biomas com maior abundância de biodiversidade do Brasil, embora seja considerada pouco rica em número de espécies.

A população de Mato Grosso do Sul tem crescido a altos níveis desde a década de 1870, quando o estado passou a ser efetivamente povoado. Entre a década de 1940 e o ano de 2008, a população aumentou quase dez vezes, ao passo em que a população do Brasil, no mesmo período, aumentou pouco mais que quatro vezes. Isso, no entanto, não se dá devido a uma alta taxa de natalidade no estado, mas à grande quantidade de migrantes de outros estados ou imigrantes em Mato Grosso do Sul. Segundo o IBGE, no ano de 2005, 30,2% da população residente no estado não era natural daquela unidade da federação, ao passo em que a taxa de fecundidade no estado no ano 2000 era a décima menor do Brasil, com 2,4 filhos por mulher.

Matéria publicada pelo Amambai Notícias em 2011

SIGA-NOS NO Google News