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Plantio em MT será mais barato
Depois de safras bem alimentadas, com a utilização de muito adubo e fertilizantes, produtores querem agora colher os investimentos que foram feitos, ou seja, aproveitar ao máximo os nutrientes que foram, literalmente, depositados no solo. A palavra de ordem é comprar o mínimo possível destes primeiros insumos para garantir do solo produtividade muito próxima ao histórico dos talhões.
O produtor Rui Otoni Prado, atualmente vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) e membro da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), está em campo para saber exatamente onde vai plantar soja.
A redução da utilização de tecnologia, ou seja, menos insumos, implica, irremediavelmente, na redução de área. As primeiras análises me mostram que enquanto gastava cerca de US$ 120 de adubo por hectare plantado, até esta última safra, vai ser reduzido em US$ 80. Áreas arenosas, marginais e aquelas que necessitam de muita correção serão descartadas, daí vem a projeção de redução. Prado, que cultiva soja no município de Campo Novo do Parecis (397 quilômetros do Noroeste de Cuiabá), acredita que dos 300 mil hectares da safra 04/05, o município contabilize uma redução total em cerca de 10%.
Custo benefício A poupança do solo é possível por meio da análise dos nutrientes contidos no solo e também pelo histórico de cada talhão da propriedade, para descoberta do potencial produtivo e do mínimo, em adubos e fertilizantes que serão necessários para a nova safra. Vai ser preciso algumas correções, mas agora, com este raio-x da propriedade vamos estar aplicando insumos onde e na quantidade necessária. Até a safra passada, utilizávamos quantidades equivalentes por toda a extensão cultivada, explica Prado.
Menos tendo de investir cifras para adoção do novo comportamento, o produtor salienta que vale à pena. O resultado das análises vão permitir a otimização. Na nova safra, até mesmo por questões de aprendizado, apenas 20% da minha área, vai estar sendo cultivado por este método.
Prado está utilizando dados históricos de produtividade de sua fazenda e ainda recorrendo as consultorias especializadas, que obtém informações por meio de satélites. Questionado se esse investimento são seria maior do que o de tratar a terra por igual, o produtor responde que não. Para análise de cada talhão, investe cerca de um saco e meio de soja. Só a economia que os resultados vão me trazer são suficientes, mesmo porque se fosse manter o preparo de solo que fazia antes, os custos seriam superiores ao investimento que faço neste momento, justifica.
Para o também dirigente sindical, a adesão será maciça em todo Estado. pelo amor ou pela dor, com assistência técnica especializada, ou por conta própria, a poupança será utilizada.
Para o presidente da Famato, Homero Pereira, a poupança do solo, ou seja, a redução de tecnologias, é uma realidade para quem não tem outra opção, a não ser produzir. A cerca de 60 dias do início do plantio da nova safra em Mato Grosso, e com tantos acertos a serem feitos pós tratoraço, essa é a única opção, sentencia.
Fonte: Diário de Cuiabá