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"Eleição é igual casamento...", por Manoel Afonso

Manoel Afonso - 02 de maio de 2014 - 16:05

"Eleição é igual casamento...", por Manoel Afonso

TRAMPOLIM O calendário eleitoral, estabelecendo eleições de 2 em 2 anos, permite que os detentores de mandatos vivam permanentemente em campanha eleitoral. De olho no cenário local conclui-se que não é diferente do restante do país.

EXEMPLOS: Ao deixar o cargo para assumir a AL/Câmara/ Senado, um prefeito deixa ações/projetos inacabados. O mesmo raciocínio se aplica ao parlamentar que se elege prefeito e abandona a discussão de projetos/ideias que desenvolvia.

OS NÚMEROS mostram a obsessão dos parlamentares pelo Executivo. Em 2012, por exemplo, 87 deputados federais (17% dos 513) – 1/5 da Câmara - concorreram as eleições, travando praticamente os trabalhos daquele oneroso parlamento.

A DISPUTA por outros cargos geralmente tira o político do foco para qual se elegeu. A pretensão futura fala mais alto e ele reavalia ( às vezes para pior) seus conceitos sobre postura, ética, compromisso, lealdade partidária e administração.

CUSTOS Outro ponto criticado. Gasta-se muito com investimentos em equipamentos, locomoção de militares e isenção compensatória para os meios de comunicação devido ao horário eleitoral. Só o último pleito custou mais de R$ 1 bilhão.

DEFESA Baseia em dois pontos: votar fortalece a democracia ( e pelo visto também a corrupção) e não se deve misturar os debates das questões nacionais e estaduais com as questões de cada município. À luz do bom senso as teses são discutíveis.

‘SOLUÇÃO’ Defende-se a coincidência de mandatos no pleito de 2020, passando de 4 para 5 anos a duração. Mas seria preciso superar uma série de barreiras que podem não interessar aos detentores do poder. Assim, vai ficar como está. Esquece!

HIPOCRISIA O aperfeiçoamento democrático se faz com bastante eleições? Se isso fosse verdade países sob o jugo de ditadores – que promovem eleições encomendadas – teriam resolvido os problemas de seu povo e não apenas deles próprios.

MECANISMOS: Variam: da intimidação, partidarização do governo, seleção dos eleitores, questões religiosas, compensações diversas e leis ‘excepcionais’. Por analogia concluiu-se: os 37 milhões de ‘bolsistas’ vivem encurralados eleitoralmente.

MUDANÇAS? A julgar pelo perfil da maioria do Congresso teremos poucas. Inexiste o pensamento nacional, o pensar grande; só interesses localizados/individuais. Mas eu pergunto: na hora agá o seu deputado federal é diferente desta maioria?

SEM ILUSÕES Essa maioria não quer as reformas eleitoral, fiscal e a administrativa. Os motivos são óbvios, dispensam explicações. Isso permite ao Governo por exemplo inverter prioridades: Copa, ao invés de saúde/educação/segurança/transporte.

SUCESSÃO A viabilidade do projeto de Delcídio passaria pela aliança branca com Azambuja? Ao insistir na composição e se ela não vingar, pode estar valorizando o prestígio do deputado, caso ele (tucano) saia candidato ao governo.

QUESTÕES São muitas e que implicam nas candidaturas. Nem sempre as versões oficiais contidas em releases de assessores mostram a realidade. Claro que há muita especulação, mas os formadores de opinião olham mais de perto.

AZAMBUJA Reviu os planos com a candidatura de Simone. O projeto inicial previa a eleição ao senado e disputar a prefeitura da capital em 2014. Indaga-se: a densidade eleitoral do PPS/DEM/PSB compensaria a perda do eleitorado petista?

CÁLCULOS: Eles estão sendo feitos para aferir os votos obtidos pelas lideranças destes 3 partidos nas últimas eleições. Discute-se também o poder de transferência de votos destas lideranças e o discurso deles em relação ao cenário local.

DISCURSOS Nelsinho já mostrou o esboço, seria da continuidade. Delcídio faz o genérico focado no desenvolvimento. Azambuja deve se apegar a renovação, embora o projeto ‘pensando MS’ não tenha passado de mero proselitismo.

2º TURNO É o calcanhar de Aquiles dos pretendentes. Se o discurso for ameno corre o risco de ficar desacreditado e virar cavalo paraguaio. Se agredir demais provoca arestas que vão pesar num eventual 2º turno, culminando até com a derrota.

IMPREVISÍVEL Eleição é igual casamento: só se sabe como começa. Os exemplos das ‘surpresas’ estão aí. Se os resultados foram frutos de fatores diversos, da própria democracia inclusive, na pratica foram desastrosos para a população.

CHAPAS Agregar vários partidos tem sido a tendência. No mínimo garante tempo no horário eleitoral. A questão é se os escolhidos para vice e senado ciscam para fora ou para dentro. Só pose e nome podem não ajudar. Muito pelo contrário.

PESSOALIDADE Ela também influencia muito na escolha do governador. Eu diria cerca de 50%. O resto: a estrutura de campanha, conjuntura nacional, candidato ao senado, deputados estaduais, federais, prefeitos e vereadores.

PLANALTO O apoio do PMDB local à candidatura de Dilma lembra bem aquele livro ‘Crônica de uma morte anunciada’ do Gabriel G. Marques. Ao final cada qual terá sua desculpa para não cumprir o compromisso. O clima atual sinaliza isso.

SINAIS? A fala recente de Marcio Monteiro sobre a queda de Dilma nas pesquisas indica: Azambuja nacionalizará o discurso e preservar o fator local de olho no 2º turno. Os tucanos se livrarão da pecha ‘cara pálida’? É esperar e conferir.

“Deixe que o tempo passe e já veremos o que ele traz.” ( Gabriel G. Marques)

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