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Geral

A doença da saúde

Alfredo Arruda* - 26 de junho de 2013 - 19:40

Através dos séculos o homem procura viver em sua plenitude. Viver mais e melhor tornou-se imperativo para dar um sentido grandioso e importante para a experiência humana. Para isso é necessário combater as causas da morte: a doença. Os remédios, os diagnósticos e os atos médicos são as conquistas da ciência. Os consultórios, os laboratórios e os hospitais são os executores desses conhecimentos.

Trata-se de um processo organizado em cadeia. Somente teremos bons consultórios quando tivermos bons médicos, principalmente bem pagos. Experimentem criar uma carreira para o médico como a do promotor! Tudo mudará! Quanto a importar médico para solucionar os problemas atuais da saúde pública, isso é piada. Creio que a Presidenta precisa de um bom médico conselheiro, alguém do ramo, com experiência e competência.

Os médicos estrangeiros que estão na Inglaterra, por exemplo, foram fazer especializações e muitos tiveram experiências no mundo inteiro, por intermédio de convênios com países pobres da África e Oriente Médio. Isso é uma realidade diferente. Aqui o governo propõe importar médicos para fugir dos problemas reais de nossa saúde pública. É tudo marketing. Estão tentando maquiar a verdade.

O posto de saúde só tem solução com médico motivado com o exercício de sua profissão e com resultados concretos no dia a dia da comunidade. O resto é música de comício. O bom diagnóstico é uma questão ética, da consciência médica. E a atenção com a população também.

Os Hospitais, ah! os hospitais! Aqui estão 95% vivendo um verdadeiro caos. O discurso é o mesmo: remuneração do profissional da saúde, investimentos, mais verbas para a saúde, mais equipamentos, mais compras e, certamente, mais roubo. Essa é a questão. Rouba-se demais no Brasil!

Se aumentarem os recursos para a saúde sem prenderem os usurpadores e os safados do setor de nada adiantará. Nos EUA a grande maioria dos hospitais de excelência pertence às Fundações. Elas visam lucros para reinvestimentos; são sérias e rigorosas com o superfaturamento, fonte de todos os males do Brasil. Existem problemas, sim, claro, mas eles são de outra ordem, mais afeta às questões de acessibilidade e cobertura dos planos de saúde.

No Brasil, grande parte das multinacionais não gosta de negociar com os hospitais brasileiros: temem repercussão negativa no primeiro mundo. Credenciam terceiros que contatam o “sistema” e manobram com margens de lucros delas, dos revendedores e da propina.

É de praxe por aqui que todos os representantes se cadastrem: hospitais, Secretarias e Ministério. Há sempre demora em receber o “OK” do cadastro. Isto só ocorrerá após uma “conversinha” com o esquema; daí para frente, tudo certo! Ora, nos Hospitais Privados, isso é burlar a receita, nos Públicos é roubo. A Receita Federal e a Polícia federal deveriam ser preocupação prioritária dessa gente. Com pouco tempo e empenho, prendem os mafiosos da Saúde.

Após isso vamos lutar por melhoria de recursos humanos, recursos financeiros e recursos morais e éticos. Este é o caminho; estou cansado de escutar conversas e mentiras. O Ministério da Saúde é muito disputado pelo poder e passou agora a ser instrumento para acertos políticos. Por que será?

Médico cardiologista e ex-secretário de saúde de Mato Grosso do Sul.

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