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‘Hospital das Carroças” revela que veículos de tração animal ainda tem espaço
Em pleno Parque Alvorada, um bairro residencial de classe média de Dourados funciona uma pequena oficina que é chamada pelos vizinhos de “Hospital das Carroças”.
O “medico” de plantão é o pedreiro Walter Figueiredo Santos, de 47 anos de idade que entre uma obra e outra dedica grande parte do seu tempo consertando veículos de tração animal.
Walter nasceu filho de um carroceiro e sempre lidou com o veículo que ainda convive lado a lado com os avanços tecnológicos principalmente nos bairros mais distantes do centro da cidade onde é muito útil para toda a comunidade.
Mais de dez carroças estão estacionadas no amplo quintal de sua casa transformada numa espécie de enfermaria. Walter muitas vezes é chamado de marceneiro, mas logo vai avisando que não é marceneiro. “Sou um consertador de carroças”, diz.
Conforme Walter uma carroça nova na loja de produtos agropecuários custa em torno de R$ 3.500,00 enquanto uma boa reforma vai de R$ 800,00 a mil reais.
“A metade das carroças que pego para restaurar é dos índios que são os maiores usuários”, diz o pedreiro explicando que nos bairros ainda existem muitas carroças fazendo fretes e pequenos serviços para todos os lados.
Walter chega a entregar de dez a vinte carroças “novinhas em folha” para os seus donos e assim continua sua sina de estar sempre junto as carroças apesar de acreditar que logo logo elas vão desaparecer do cenário urbano.
Além das carroças Walter compra e vende cavalos. “Pego os bichinhos doentes, debilitados e já cansados e depois de muito trato ele fica pronto para continuar servindo aos carroceiros”, diz o “doutor das carroças”.
Ele lembra que acima de tudo para ser dono de uma carroça é preciso ter uma história de vida ligada a este veículo que convive harmonicamente com as ruas asfaltadas e seus carrões reluzentes.